Nutrição

Segurança alimentar: responsabilidade de todos

Cuidados começam em casa

A segurança alimentar é um tema essencial para a saúde pública, englobando a garantia de que todos os indivíduos tenham acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, e livres de agentes contaminantes que possam causar danos à saúde. Ela não se limita apenas ao acesso ao alimento, mas também ao controle rigoroso de todas as etapas que envolvem sua produção, armazenamento, transporte, preparo e consumo.

A importância da segurança alimentar reside em seus impactos diretos na saúde das populações. Alimentos contaminados podem ser responsáveis por doenças graves, como intoxicações alimentares, parasitoses e até doenças crônicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que milhões de pessoas em todo o mundo adoecem anualmente devido ao consumo de alimentos impróprios, sendo crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade, os grupos mais vulneráveis.

A aplicação da segurança alimentar ocorre em diversas esferas, desde a produção agrícola até o consumidor final. Na agricultura, práticas sustentáveis e o uso controlado de agrotóxicos são fundamentais para evitar a contaminação dos alimentos. Na indústria alimentícia, o cumprimento de normas rigorosas, como as boas práticas de fabricação, é indispensável para garantir a higiene durante o processamento e o armazenamento. Já nos estabelecimentos comerciais, como supermercados e restaurantes, é imprescindível que os alimentos sejam armazenados em condições adequadas de temperatura e higiene.

O último elo dessa cadeia é o consumidor final. E ele também é responsável por sua segurança alimentar. Provavelmente você já ficou em dúvida se um determinado alimento estava bom ou não para consumo e é possível até que já tenha sido vítima de um processo em que a segurança alimentar foi comprometida, como no caso de ingestão de alimentos impróprios para consumo.

Consumo de alimentos mal armazenados, contaminados por bactérias como a salmonella, frutas e hortaliças com resíduos excessivos de pesticidas, ou mesmo alimentos processados que ultrapassaram o prazo de validade pode levar a surtos de doenças ou a complicações na saúde.

Para prevenir esses riscos, é fundamental adotar cuidados em todas as etapas que envolvem os alimentos. Como consumidores, devemos estar atentos ao prazo de validade, à integridade das embalagens e à procedência dos produtos. No preparo doméstico, a higienização adequada dos alimentos e utensílios, o cozimento em temperaturas apropriadas e o armazenamento correto são práticas indispensáveis. Outra medida importante é evitar a contaminação cruzada, que ocorre quando alimentos crus entram em contato com alimentos prontos para o consumo.

No calor, com altas temperaturas, a vigilância deve ser redobrada. Certos alimentos como carne bovina, de frango, de peixe, leite e derivados são mais suscetíveis à ação de micro-organismos e podem se deteriorar com facilidade. Por isso devem ser mantidos em temperatura abaixo dos 6 ºC. O congelamento ou o resfriamento não matam as bactérias e vírus, mas os deixam inativos. Se estiverem expostos ao calor, eles se multiplicam e contaminam o alimento. Por isso não é aconselhado descongelar e recongelar o alimento, pois a proliferação de bactérias já ocorreu quando houve o descongelamento. E por essa razão também é importante que o transporte entre a geladeira do supermercado e a da sua casa seja rápido.

Outro item importante são as hortaliças e frutas, que devem ser higienizadas rigorosamente, com produtos apropriados para tal.

Tenha muito cuidado também com o gelo. Geralmente a procedência é boa, mas em ambientes mais informais ou mais simples, é possível que o vendedor produza seu próprio gelo e se não soubermos a origem da água, poderemos ter problemas. 

E muita atenção com o mofo em alimentos. Muitas vezes ele passa despercebido, mas já se instalou em conservas e molhos cujos vidros já foram abertos ou  abertos ou em embalagens de pães e bolos. Se isso acontecer, jogue todo o conteúdo fora imediatamente. Não elimine apenas uma fatia ou parte, pois os fungos já se espalharam pelo alimento.

???????Queijos são um capítulo à parte, pois muitos deles têm mofo e bolor como parte de suas características. Nesse caso, preste atenção ao prazo de validade e observe a textura: pegajosos ou gosmentos, certamente devem ser inutilizados.


Num contexto mais amplo, políticas públicas são fundamentais  para promover a segurança alimentar em larga escala. Governos devem implementar regulamentações rígidas para produtores e indústrias, além de fiscalizar regularmente os estabelecimentos comerciais. Campanhas educativas também são essenciais para conscientizar a população sobre os cuidados necessários.

Afinal, a segurança alimentar não é apenas uma questão de saúde, mas também de cidadania e sustentabilidade. Garantir o acesso a alimentos seguros e de qualidade é um direito humano fundamental e um passo importante para promover uma sociedade mais saudável, justa e responsável. Portanto, todos — desde os produtores até os consumidores — têm um papel essencial na construção de um sistema alimentar seguro e sustentável.

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