Acontece

Últimos acontecimentos mundiais comentados e contextualizados.

Brasil avança no IDH

14/05/2025 · 10:59 · atualizado em 14/05/2025
Renda e saúde elevam o índice


Relatório divulgado esta semana pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento registrou que o Brasil avançou cinco posições no IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, passando da 89ª para a 84ª posição.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma métrica criada em 1990 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de avaliar o progresso dos países em relação a aspectos fundamentais do bem-estar humano. Ao contrário de indicadores puramente econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), o IDH busca uma visão mais abrangente, combinando três dimensões essenciais: renda, educação e saúde. A ideia é captar a qualidade de vida da população e fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes.

O cálculo do IDH envolve três indicadores principais: a expectativa de vida ao nascer (como medida da saúde), a média de anos de estudo da população adulta e a expectativa de anos de estudo das crianças em idade escolar (como medida da educação), e a renda nacional bruta per capita ajustada ao poder de compra (como medida da qualidade de vida material). Cada um desses componentes é combinado em um índice que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um país.

Atualmente, o Brasil ocupa uma posição intermediária no ranking global do IDH entre aproximadamente 190 países, com um índice de 0,786 em 2023, o que o coloca na categoria de “alto desenvolvimento humano”. 

No entanto, essa classificação esconde desigualdades internas profundas, pois a média nacional esconde disparidades regionais e sociais significativas. Enquanto estados como o Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina apresentam índices próximos aos de países europeus, outros, como Maranhão e Alagoas, têm IDH comparável ao de nações com desenvolvimento muito mais baixo.

Entre os componentes do IDH, o acesso à educação continua sendo um dos principais desafios do Brasil. Apesar dos avanços nas últimas décadas - como o aumento do número de crianças matriculadas na escola e a expansão do ensino superior -, a qualidade da educação ainda é desigual e deficiente em muitas regiões. Problemas como a evasão escolar, o baixo desempenho em avaliações internacionais e a falta de infraestrutura básica comprometem o pleno desenvolvimento educacional da população.

Outro ponto crítico é a desigualdade de renda. Embora o Brasil tenha registrado crescimento econômico significativo em certos períodos, os benefícios desse crescimento não foram distribuídos de forma equitativa. A concentração de renda ainda é alta, e milhões de brasileiros vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza. Essa desigualdade econômica se reflete diretamente no IDH, pois impacta tanto a renda quanto o acesso a serviços de saúde e educação.

A saúde pública é mais um fator que merece atenção. A expectativa de vida dos brasileiros aumentou nas últimas décadas, fruto de melhorias no saneamento, vacinação e no combate a doenças infecciosas. No entanto, o sistema de saúde enfrenta desafios estruturais, como subfinanciamento, má gestão e sobrecarga em regiões carentes. A pandemia de COVID-19 expôs ainda mais as fragilidades do setor, com impacto direto nos indicadores de mortalidade e qualidade de vida.

Para que o IDH brasileiro continue crescendo é necessário um conjunto de ações coordenadas e sustentáveis. Investimentos em educação de qualidade, redução das desigualdades sociais, ampliação do acesso à saúde básica, geração de empregos e inclusão digital são essenciais. Além disso, é preciso garantir a efetividade das políticas públicas, com foco na equidade e na superação das barreiras que perpetuam o ciclo da pobreza.

O Brasil tem potencial para melhorar significativamente seu IDH. Para isso, é necessário enfrentar com seriedade os problemas estruturais que ainda limitam o desenvolvimento humano pleno no país. Avançar nessa direção não é apenas uma meta estatística, mas um compromisso com a dignidade e o bem-estar de todos os brasileiros.

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar, você concorda com nossa política de privacidade.