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Animais são capazes de detectar doenças?

19/07/2024
Saiba mais sobre este fascinante fenômeno biológico

A detecção de doenças geralmente é associada à investigação médica, conduzida por um profissional de saúde, com apoio de exames laboratoriais e de imagem. Mas você sabia que alguns animais podem contribuir para detecção de doenças, graças a capacidades específicas que detêm, num fenômeno biológico fascinante que desafia muitas vezes a compreensão científica?

A capacidade dos animais em detectar doenças muitas vezes se baseia em diferenças bioquímicas que ocorrem no corpo humano quando uma doença está presente. Alterações no metabolismo, na produção de compostos voláteis e na resposta imunológica podem gerar odores específicos que os animais são capazes de perceber.

Bases biológicas da percepção 
Um dos aspectos mais notáveis da habilidade dos animais em detectar doenças é o seu olfato aguçado. Cães, por exemplo, são conhecidos por sua capacidade de farejar substâncias em concentrações extremamente baixas, o que os torna particularmente eficazes na detecção de doenças como câncer e diabetes. Estudos científicos têm identificado que os cães, por exemplo, podem detectar o câncer através de compostos orgânicos voláteis liberados por células cancerígenas. Esses compostos têm uma presença diferenciada no hálito ou na urina de pacientes com câncer, o que permite aos cães identificá-los com precisão.

Crises epilépticas e hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue em pacientes diabéticos) também podem ser detectados por cães especialmente treinados para acompanhar pessoas que apresentem possibilidade de tais condições. 

Além dos cães, outros animais como ratos, abelhas e até mesmo golfinhos têm demonstrado habilidades surpreendentes na detecção de doenças. Por exemplo, ratos foram treinados para farejar tuberculose em amostras de saliva humana, mostrando taxas de precisão impressionantes, além de uma produtividade relevante, pois são capazes de analisar amostras de saliva de 100 pacientes em apenas vinte minutos. 

E as abelhas também podem detectar sinais de doenças em amostras como o câncer de pulmão, tuberculose e covid-19.

Aplicações na prática médica
A habilidade dos animais em detectar doenças não é apenas uma curiosidade científica, mas tem potenciais aplicações práticas significativas. Em muitos casos, sua capacidade de detectar doenças pode ser utilizada como um método de triagem não invasivo e de baixo custo. Por exemplo, cães treinados podem ser usados em programas de rastreamento para identificar pacientes com câncer de pulmão em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz.

Além disso, essa capacidade natural dos animais também inspirou o desenvolvimento de tecnologias biomiméticas, onde dispositivos eletrônicos são projetados para imitar o olfato dos animais na detecção de doenças. Isso pode levar a avanços significativos em diagnósticos médicos e cuidados de saúde personalizados.

Desafios e direitos dos animais 
Apesar dos avanços promissores, há desafios significativos a serem superados no uso de animais para a detecção de doenças. Questões éticas, como o bem-estar dos animais envolvidos nos estudos e a padronização dos métodos de treinamento, são críticas para garantir que essas práticas sejam realizadas de maneira responsável e respeitosa.

Além disso, a validação científica rigorosa dos métodos é essencial para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados. O contexto específico e as condições ambientais podem influenciar a eficácia dos animais na detecção de doenças, o que requer um controle cuidadoso durante os estudos e aplicações práticas.

Em resumo, a capacidade dos animais em detectar doenças representa um campo emocionante e promissor na interseção da biologia e da medicina. Suas habilidades naturais, especialmente o olfato aguçado, têm sido aproveitadas de maneiras inovadoras para melhorar os diagnósticos médicos e a saúde pública. À medida que continuamos a explorar essas capacidades, é fundamental manter um equilíbrio entre o potencial científico e os princípios éticos, assegurando que os benefícios sejam maximizados enquanto se protege o bem-estar dos animais envolvidos.

 

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