Ondas de calor voltam a “causar” na Europa de 2022
Mais uma vez, a Europa apresenta ondas de calor que impactam diretamente o meio ambiente e a saúde de seus moradores. Os anos de 2003 e 2019 foram quentes, mas 2022 tem batido recordes sistematicamente. A temperatura chegou aos 42,9°C em junho, na França e 40,2°C no Reino Unido.
As altas temperaturas potencializam a criação e desenvolvimento de focos de incêndio e já causaram grandes destruições, em Portugal, na Espanha, na França e Reino Unido, só para citar alguns exemplos. E agora, o termo a ser compreendido é "queimadas de sexta geração" que devastaram o sul do continente.
O fenômeno é causado por uma combinação de fatores, como secas extremas, falta de manejo florestal e alterações no uso do solo e resulta em queimadas de grande magnitude, que impõem grandes desafios aos bombeiros, uma vez que é difícil de contê-las.
As queimadas de sexta geração são verdadeiros monstros do fogo que já causaram destruição na Austrália, Estados Unidos, em Portugal (onde matou mais de 60 pessoas, em 2017) e agora atinge a Europa Meridional.
Além dos incêndios, as altas temperaturas (por vários dias consecutivos) impactam a saúde de idosos, grávidas, crianças e doentes crônicos, principalmente. É importante relembrar de que o corpo humano tem um limite para aguentar extremos térmicos e no caso do calor, pode haver insuficiência cardíaca, estresse e lesão renal aguda (por conta da desidratação).
A vida animal e vegetal também sofre com a flutuação térmica tão imediata, impactando diretamente na biodiversidade e quantidade de indivíduos, nos ecossistemas do planeta.
Também há impactos nos fenômenos meteorológicos, uma vez que o calor funciona como “tampão”, que evita a circulação atmosférica resultando na acumulação de poluentes atmosféricos.
É bom destacar que as ondas de calor, que atingem a Europa, fazem com que o ar fique quente e seco, fazendo os corpos de humanos, vegetais e demais animais perderem muito líquido, aumentando a chance de desidratação. Diferente do Brasil, onde o calor é quente e úmido.
A Europa não está preparada para o calor, por isso, não há tantos aparelhos de ar condicionado ou janelas (para a circulação do vento). Acostumados às baixas temperaturas, os europeus constroem grossas paredes e as edificações são historicamente projetadas para manter os moradores aquecidos.
Mas, o que causa esses recorrentes ondas de calor em países temperados, como Estados Unidos, parte do Canada, França, Reino Unidos, Portugal e Espanha? Os cientistas afirmam que tem haver com as mudanças climáticas.
Na verdade, as ondas de calor são fenômenos naturais que já existiam antes das mudanças climáticas, mas que se tornaram mais frequentes (duradouras e intensas) nas últimas décadas, como resultado do aquecimento global, que potencializa os extremos meteorológicos (como tempestades, furacões e ondas de calor).
É preciso que o Acordo de Paris, que significou um avanço importante para a proposta de redução das emissões de gases de efeito estufa, avance para compromissos mais abrangentes, quanto ao meio ambiente.