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Crise político-econômica no Chile

Por Debora Rodrigues Barbosa
Manifestações populares contra as desigualdades sociais.
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Na segunda metade de 2019, o Chile passou por sérias instabilidades político-econômicas, por conta das manifestações populares contra as desigualdades sociais, o aumento de tarifas públicas e a falta de retorno do governo quanto às demandas da população menos favorecida.

 

Dentro da América Latina, o Chile destaca-se por indicadores de qualidade de vida, como baixos índices de analfabetismo, mortalidade infantil e alta expectativa de vida. Depois do período de ditadura militar, quando o conceito neoliberalista liderou as expectativas econômicas, com a redemocratização, o país tem avançado em referências sociais, estabilidade política e índices econômicos favoráveis. Mesmo assim, tem crescido o fosso econômico entre os mais ricos e os mais pobres. Cresce a desigualdade social.

 

A economia chilena, baseada na exploração e exportação mineral, sobretudo de cobre, tem crescido de forma estável, mas a situação da população tem se tornado cada vez mais precária, com baixas salários, valores mínimos de pensões e aposentadoria, além de sistema de saúde e educação aquém da necessidade dos mais pobres. Os preços de artefatos de consumo, aluguéis e impostos não param de aumentar. Nos últimos anos, o povo tem visto crescer suas tarifas de água, luz e telefone, itens considerados básicos.

 

As reformas constitucionais e educacionais, bem como melhorias na saúde e qualidade de vida dos chilenos, vêm acontecendo, mas em um ritmo muito menor do que a expectativa da sociedade. A agitação da população não é por causa do aumento do transporte público. É o resultado de insatisfações de décadas.

 

O estopim foi o aumento da passagem do metrô, em quase 4%, para a viagem individual em horário de pico, na capital do país. Os manifestantes argumentam que o aumento do preço de um transporte que é um dos mais caros do mundo e, assim mesmo, oferece baixa qualidade, é inconcebível.

 

As pessoas foram às ruas, manifestar-se contra o aumento do preço da tarifa metroviária e o movimento cresceu. Em resposta, o presidente Sebastián Piñera decretou “estado de emergência”, autorizando o uso da força, pelas forças militares e policiais, o que foi visto como um ato antidemocrático e logo associado à ditadura de Augusto Pinochet. A população reagiu e mais gente ganhou as ruas de várias cidades chilenas, com o apoio da oposição e dos movimentos sociais. O resultando foi o caos, com crescente número de incêndios, vandalismo, depredações, saques e violência de ambos os lados (governo e manifestantes).

 

Piñera cancelou o aumento dos preços e pediu desculpas à população, mas a verdade é que o governo demorou a entender a vontade dos populares. Não era uma questão de tarifa. O problema era histórico.

 

Por fim, o presidente anunciou uma agenda social ambiciosa, no sentido de aplacar a movimentação popular. Dentre as medidas estão o aumento salarial para os mais pobres, maior arrecadação de impostos, entre os mais ricos, mecanismo de estabilização das tarifas elétricas, ampliação de convênios para reduzir os preços dos remédios, redução de verbas parlamentares e dos altos salários da administração pública e a limitação de reeleições.

 

Será que vai funcionar? É esperar para ver!

 

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