O uso do celular e os efeitos no cérebro humano
O uso rotineiro do celular se difundiu tanto que hoje estranhamos quando alguém não carrega um celular. Quer mandar uma mensagem para um amigo ou alguém da família? Celular. Tirar uma foto, ver ou fazer um vídeo, pagar uma conta, para os que têm acesso a aplicativos de banco, anotar a data da prova, escolher o melhor caminho para se chegar a um lugar, acender uma lanterna. Celular, celular e... celular.
Quando surgiu, há quase 50 anos, o celular, então um aparelho do tamanho de um tijolo, cuja bateria durava 30 minutos e levava 10 horas para carregar, era apenas um telefone móvel. Nenhuma dessas funções de que falamos acima era possível de ser desempenhada por ele.
Com a evolução da tecnologia, o celular se tornou tão inseparável de boa parte das pessoas. O IBGE estima que quase 160 milhões de brasileiros, quase 85% da população, tenham um aparelho.
A dependência dos celulares
Um estudo recente da consultoria AppAnnie indica que os brasileiros ocupam o primeiro lugar em uso de celular, com uma média de 5,4 horas por dia. Isso é muito! Os americanos, por exemplo, que fazem uso intensivo de tecnologia, passam 3 horas por dia nos seus celulares.
Quanto mais úteis são os celulares, mais os usamos e as implicações desse uso maciço são muitas, desde aspectos socioemocionais a psíquicos e médicos.
Estudo recente da Universidade de Berkley indica que o uso sistemático dos celulares pode levar impactar a atividade elétrica no cérebro, causando alterações em áreas ligadas à memória, atenção e tomada de decisões.
É como se o cérebro fosse sugado para outros focos de atenção. Ao trabalhar para inibir a vontade de verificar o celular, ele deixa de se concentrar na tarefa que está realizando.
Um outro aspecto observado é que a produção da luz azul da tela do celular pode inibir a produção de melatonina, um hormônio que ajuda a regulação do sono, levando à insônia.
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de WATERLOO, NO Canadá aponta que os celulares estão nos deixando mais preguiçosos para pensar. Se não precisamos memorizar o número de um telefone, ou usar um mapa para encontrar o melhor caminho para chegarmos ao nosso destino, corremos o risco de desenvolvermos uma espécie de preguiça mental. A inércia em resolver problemas contribuiria para o envelhecimento e perda de funções cognitivas.
Esses são aspectos físicos, mas há também os efeitos socioemocionais, como ansiedade, depressão.
Por isso a limitação do uso do celular vem sendo tão defendida. Não se trata de abolir o seu uso, mas de buscar o equilíbrio entre a tecnologia e a vida diária em busca da saúde física e mental.
E você, quantas vezes consultou o celular enquanto lia este artigo?