Movimento fique em casa
O mundo vive uma época atípica: ruas vazias, comércio fechado, beijos e abraços proibidos, visitas vetadas e o medo em relação à pandemia causado pelo novo coronavírus. Tudo está diferente: férias não são mais férias, memes perderam a graça, isolamento social obrigatório e uma grande comoção por aqueles que foram acometidos pelo coronavírus.
No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o surto da Covid-19 - uma doença para a qual não há vacina nem tratamento específico - uma pandemia global. Países como China, EUA, Irã e Itália são os mais afetados e os que mais sofrem com o aumento diário de mortes pela doença.
Crise no setor aéreo, problemas de como atender à demanda por enterros e cremações nas regiões mais atingidas e a crescente onda de contaminação em outros países, como o Brasil por exemplo, são notícias que nos fazem repensar o nosso papel no mundo e na sociedade e perceber o quão frágeis nós somos.
Em tempos tão difíceis, em que um vírus “nos une”, nos tornando iguais independentemente de classe social, raça ou idade, nasce uma esperança: a oportunidade de acharmos novos caminhos para uma mudança social e comportamental. Em meio a toda essa crise, nos é dada a chance de exercermos principalmente a nossa solidariedade e cuidado com o outro.
O vírus que tem vitimado milhares de pessoas pelo mundo é transmitido através do contato (abraço, beijo, aperto de mão). Com ele, renasce entre nós a exponencial brecha de mudarmos os nossos hábitos em relação ao respeito e a consideração pelo próximo. A de saber que a quarentena não é um status individual, mas uma forma de consciência e de espírito comunitário e cooperativo.
Não se contaminar é contribuir para não contaminar o outro, entre eles, parentes, amigos, vizinhos, conhecidos. Ficar em casa não é apenas se resguardar de adoecer, mas também reduzir as chances de proliferação do vírus.
É hora de darmos lugar à sensibilidade e à educação que emancipa
Neste momento, ações solidárias como não estocar alimentos, realizar doações, respeitar o isolamento social, cumprir as medidas de prevenção, auxiliar os mais necessitados, fazer compras para os idosos e pessoas em grupo de risco despertam a nossa sensibilidade e emoções positivas como compaixão e fraternidade.
É hora de nos unirmos contra esse inimigo invisível, que trouxe não só uma crise na saúde, mas na economia e no ordenamento social. Essa fase de desconstrução de tudo a que estamos acostumados: rotinas de trabalhos, de diversão, de passeios, de festas é também um processo pedagógico.
A crise nos dá a oportunidade de novas experiências e de desacelerarmos esse sistema corrido que não nos permite mirar na igualdade e na paz, na cooperação e na solidariedade.
O coronavírus é um mal que nos assola, mas é ainda um convite a tomarmos consciência das prioridades existenciais da nossa vida. Que apesar de toda dor e tristeza, que esta pandemia nos deixe um legado de aprendizado.
Fique em casa… Por você, pelos outros e por todos nós!