Mineração em águas profundas: a nova fronteira da geopolítica
Você já ouviu falar em mineração em águas profundas? Trata-se da mineração atividade de exploração e extração de recursos minerais localizados no fundo do oceano, em profundidades consideráveis. Essa prática envolve a coleta de minerais valiosos, como cobalto, níquel, manganês, terras raras e até mesmo ouro, que estão presentes em formações geológicas submarinas.
A mineração em águas profundas geralmente ocorre em áreas conhecidas como "leitos marinhos", onde depósitos minerais se acumulam ao longo de milhares ou milhões de anos.
A mineração em águas profundas apresenta desafios únicos, como condições extremas de pressão, escuridão total e uma variedade de condições ambientais desafiadoras e envolve o uso de tecnologias avançadas, como veículos operados remotamente, veículos autônomos submarinos, sistemas de perfuração e equipamentos de coleta especializados.
Além dos desafios técnicos, a mineração em águas profundas levanta questões ambientais importantes, como o impacto da atividade na vida marinha e nos ecossistemas submarinos. Portanto, a regulamentação e a mitigação de danos ambientais são considerações essenciais nessa área.
Apesar dos desafios, a mineração em águas profundas está se tornando cada vez mais relevante devido à crescente demanda por minerais essenciais para a tecnologia moderna, bem como à escassez de recursos em depósitos terrestres acessíveis. Além disso, a chamada energia limpa faz aumentar a demanda por minerais essenciais para desenvolvimento de veículos elétricos. Isso está levando empresas e países a explorarem novas fronteiras na busca por recursos minerais.
Regulamentação indefinida
Mas o controle sobre os recursos minerais tornou-se um aspecto desafiador na geopolítica. Com a busca por minerais em áreas profundas, os países estão competindo para garantir acesso e controle sobre essas reservas, o que pode acirrar rivalidades entre nações.
Alguns países já obtiveram licenças de exploração da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, em inglês), o órgão da ONU que supervisiona a mineração em águas internacionais, mas o trabalho de extração ainda aguarda regulamentação, prevista para 2025.
Por outro lado, um grupo de vinte países, entre os quais o Brasil se inclui, pediu que a exploração não fosse iniciada enquanto não houvesse pesquisas mais profundas sobre o impacto no ecossistema marinho.
O que já se tem de certo é que para além das disputas terrestres e marítimas, a geopolítica tem agora uma nova fronteira: o fundo do mar.