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Emissões de CO2

29/05/2020 · 03:22 · atualizado em 08/01/2021
Isolamento social e quarentena ajudam a reduzir índices de poluição no mundo.

Dois mil e vinte será o ano com menos emissões de CO2 desde a Segunda Guerra, Mundial, que durou de 1939 a 1945. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Universidade de Anglia, do Reino Unido, junto com cientistas de países da Europa e, também, com a ajuda dos EUA. A análise constatou que as emissões de CO2 caíram significativamente desde o início da pandemia do coronavírus e que isto representa um avanço na redução da poluição mundial.

Com a problemática da covid-19, milhões de pessoas estão sendo mantidas em quarentena no mundo todo e, de acordo com as análises de emissão diária de gás carbônico feitas pelo grupo em 69 países neste período de isolamento social, ocorreu uma queda representativa nos índices de poluição.

Nos países analisados, a poluição caiu 17% no mês de abril. A expectativa é que as emissões de gás carbônico tenham uma redução de 7% em relação a 2019, até o final do ano. Vale ressaltar que esse é considerado o nível mais baixo das últimas sete décadas.

Economia parada

Com o confinamento da população, houve mudanças significativas em relação ao uso de energia e de emissões de CO2, segundo o estudo. Parte da economia está suspensa em função da crise provocada pela covid-19. Desta forma, a demanda por energia elétrica e por combustíveis fósseis, como o petróleo, que na linguagem mundial se traduzem como grandes poluentes, caiu drasticamente. Com um cálculo aproximado, é previsto que a procura por combustíveis caia mais de 9% este ano.

A estimativa é que haja queda também no uso de gás natural e carvão, que alimentam unidades de produção de vários setores industriais. Esses números - relacionados à redução da poluição - alimentam a esperança de que os governos ampliem as políticas de proteção ao meio ambiente.

Brasil na contramão

Contrariando a tendência global, o Brasil é um dos raros países - segundo análise do Observatório do Clima - que não terá redução nas emissões de gases de efeito estufa. De acordo com o estudo, as emissões do Brasil podem subir entre 10% e 20% em 2020 (ano de pandemia) em relação a 2018, último ano para o qual há dados disponíveis.
De acordo com nota técnica do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do OC (Seeg), o aumento do desmatamento na Amazônia vai compensar a queda esperada das emissões no setor de energia e na atividade industrial.

Um dos efeitos da pandemia é a redução das emissões de forma global. Mas, no espaço brasileiro, essa redução está na contramão, visto que grande parte das emissões estão vinculadas a mudanças do uso da terra, que não estão associadas à Covid-19.

O que motiva o desmatamento?

O desmatamento é fruto de grandes interesses corporativos e de pequenos proprietários, e o grande motivador da extração sem controle é o desejo de obtenção de terras agrícolas: transformam-se as áreas florestais em terras apropriadas para agricultura e criação de animais. No Brasil, o verdadeiro pivô é a demanda por soja, carne e madeira.

Além da extração de florestas, os focos de incêndios também são responsáveis por grande parte do desmatamento no local. Segundo informações, os incêndios emitem mais gases do efeito estufa do que toda a atividade industrial e geração de energia - incluindo os derivados de petróleo.

Relembrando... Dióxido de carbono

O dióxido de carbono ou gás carbônico é uma substância química de dois átomos de oxigênio e um de carbono, representado pela fórmula CO2. É inorgânico e em temperatura ambiente se apresenta nos seguintes estados: apolar, gasoso, linear, incolor, inodoro e solúvel em água.

Ele é liberado durante a respiração humana e na queima de combustíveis fósseis, entre os quais estão a gasolina e o diesel. A sua inalação, em intensa quantidade, provoca irritações nas vias aéreas, vômitos, náuseas e em alguns casos a morte por asfixia. No reino vegetal, é indispensável para a fotossíntese.

Algumas reações químicas utilizam o dióxido de carbono como subproduto. Entre os exemplos, tem-se a fermentação das bebidas alcoólicas. Nos refrigerantes e na água gaseificada o gás carbônico é utilizado de modo dissolvido, contribuindo com a efervescência dessas bebidas. Outra forma de uso do CO2 é em extintores de incêndio e como anestésico em animais que serão abatidos.

Janela de oportunidades

Segundo estudo lançado pelas Nações Unidas no ano passado, é necessário que as emissões de gases nocivos à atmosfera diminuam cerca de 2.5% por ano para que o aquecimento global não aumente mais do que dois graus Celsius.

De modo geral, com a queda de 7%, a conquista em relação ao clima tende a ser expressiva. Nesse caso, a temperatura oscilaria menos de 1,5 graus Celsius, deixando os seres vivos bem mais “seguros”.

Embora não esteja marcado no calendário o fim da pandemia pelo novo coronavírus, sabemos que o mundo voltará à sua rotina habitual. A previsão é que depois junho as coisas comecem a se normalizar. Porém, mesmo que isso ocorra, ou seja, que voltemos com as atividades econômicas e as emissões de CO2, o ganho para o planeta será considerável, com uma redução na emissão de gases do efeito estufa de pelo menos 4% em relação a 2019.

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