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Cidades afundam pelo próprio peso

21/06/2024
China enfrenta problema gerado pela rápida urbanização


A divulgação recente do afundamento do solo em Maceió, causado pela exploração inadequada e o consequente colapso de minas de sal-gema trouxe para as manchetes um termo pouco conhecido: a subsidência.

A subsidência é um processo geológico em que a superfície do solo afunda ou desce lentamente ao longo do tempo. Esse afundamento pode ocorrer devido a vários fatores naturais ou humanos. Imagine que você está de pé em um colchão de ar e, de repente, ele começa a desinflar devagar. A superfície onde você está começa a descer lentamente. Isso é semelhante ao que acontece com a terra durante a subsidência.

A subsidência pode ocorrer em decorrência de vários fatores, alguns naturais, como os movimentos tectônicos ou a compensação natural, pela qual alguns terrenos naturalmente compactam ao longo do tempo devido ao peso de sedimentos depositados sobre eles ou por causas ligadas à ação do homem, como a extração de minerais, ou a remoção de água subterrânea, quando grandes quantidades de água são bombeadas do solo, para uso agrícola ou para abastecimento.

A subsidência acarreta diversas consequências como os danos à  infraestrutura, com estradas, pontes, tubulações e habitações danificados ou destruídos, maior risco de inundações e impacto na agricultura, pois o afundamento do solo pode alterar o nível do lençol freático, afetando o fornecimento de água para as culturas.

A China vem enfrentando essas consequências por conta da rápida e intensa urbanização que vem atravessando há décadas. A revista Science publicou recentemente um artigo com um alerta de que quase a metade das cidades da China está afundando por causa da extração de água do seu subsolo e do peso das construções devido ao crescimento imobiliário. E os dados são assustadores: 60% das cidades estão afundando 10 milímetros ou mais por ano e mais de 67 milhões de pessoas vivem em áreas que estão afundando muito rapidamente.

A subsidência não é um problema novo na China e relatos sobre o afundamento de cidades já eram comuns, sendo que Xangai já no século passado ostentava marcas de até três metros de afundamento do solo! E nas cidades costeiras, o rebaixamento do solo ameaça milhões de pessoas com inundações, que toma maior proporção  à medida que o nível do mar sobe por causa das mudanças climáticas.

Como monitorar e combater a subsidência?
Para lidar com a subsidência, os cientistas usam várias técnicas para monitorar o solo, como satélites, radares e sensores de solo. Medidas de mitigação podem incluir a redução da extração de água subterrânea, a reinjeção de água no solo e a criação de regulamentos para a extração de recursos.

O Japão é um bom exemplo: a zona portuária de Tóquio afundou até 5 metros no século XX, mas com medidas apropriadas, cientistas e autoridades conseguiram controlar o afundamento.

O alerta já acendeu para a China que precisa encontrar o equilíbrio entre o crescimento e a prevenção de desastres.

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