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Brasil já perdeu 33% de suas áreas naturais originais

30/08/2024
Ação do homem acelerou a mudança da paisagem


Levantamento recente da Mapbiomas indicou que nosso país já perdeu 33% de suas áreas naturais originais.

A Mapbiomas é uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, que anualmente promove o mapeamento da cobertura e do uso da terra no Brasil, com o objetivo de revelar, com o auxílio da ciência, as transformações sofridas no território nacional.

Os dados colhidos pela Mapbiomas mostram um comparativo da perda de áreas naturais no Brasil ao longo dos anos. Em 1985 essa perda totalizava 20% do território, a partir da colonização, da chegada do homem branco, e em 2024 atinge 33%, abrangendo 55 milhões de hectares de áreas naturais. 

Por áreas naturais entendemos as superfícies que incluem vegetação nativa, superfície de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas. 

Metade da área de vegetação nativa perdida entre 1985 e 2023 fica na Amazônia, um dos estabilizadores do clima no continente.

Dados que assustam
A extensão e rapidez das alterações na cobertura vegetal elevam o risco climático do Brasil. 

A Mata Atlântica foi uma agradável surpresa, pois de 1985 até 2024 a mata nativa cresceu, com 56% dos municípios mostrando ganho na cobertura. Vale lembrar que a Mata Atlântica era na década de 80 do século passado um dos biomas mais ameaçados.

Entretanto, em nível nacional 45% dos municípios brasileiros perderam vegetação original e a Amazônia e o Pantanal tiveram destaque nessa perda.

Já com ganho de vegetação nativa destacam-se o Paraná e Rio de Janeiro, em que 76% dos municípios tiveram ganho e São Paulo, com 72% dos municípios. Já os estados com maior proporção de municípios com perda de vegetação são Rondônia (96%), Tocantins (96%) e Maranhão (93%).

Impactos da perda da vegetação nativa
A perda de vegetação nativa pode ter diversos impactos ambientais, sociais e econômicos. Aqui estão alguns dos principais:

Perda de biodiversidade: A vegetação nativa abriga uma vasta gama de espécies de plantas, animais, fungos e microrganismos. Quando essa vegetação é destruída, muitas espécies perdem seu habitat e podem se tornar ameaçadas ou extintas.

Erosão do solo: A vegetação nativa, com suas raízes profundas, ajuda a manter a integridade do solo, prevenindo a erosão. A perda dessa vegetação pode levar à degradação do solo, tornando-o menos fértil e mais suscetível a deslizamentos e outros problemas.

Alteração do ciclo hidrológico: A vegetação desempenha um papel crucial na regulação do ciclo da água. Ela ajuda na infiltração da água no solo e na manutenção dos lençóis freáticos, além de regular o fluxo dos rios. A remoção da vegetação pode levar à diminuição da qualidade e disponibilidade da água.

Mudanças climáticas: As florestas e outras vegetações nativas são importantes sumidouros de carbono. A destruição dessas áreas libera grandes quantidades de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e mudanças climáticas. Em regiões semiáridas, a perda de vegetação nativa pode acelerar o processo de desertificação, onde terras produtivas se tornam áridas e inóspitas.

Perda de serviços ecossistêmicos: A vegetação nativa fornece serviços ecossistêmicos essenciais, como polinização, controle de pragas, e regulação do clima. A perda dessas áreas impacta negativamente esses serviços, afetando a agricultura e a qualidade de vida das populações locais.

Impactos socioeconômicos: As comunidades que dependem dos recursos naturais fornecidos pela vegetação nativa, como alimentos, medicamentos e materiais de construção, sofrem quando esses recursos se tornam escassos. Isso pode levar ao deslocamento de populações, perda de meios de subsistência e conflitos.

Redução da qualidade do ar: A vegetação atua como um filtro natural, absorvendo poluentes e produzindo oxigênio. A perda dessas áreas pode resultar em piora da qualidade do ar, afetando a saúde humana.

Esses impactos destacam a importância de preservar e restaurar a vegetação nativa para garantir a saúde do meio ambiente e das comunidades que dependem dele.

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