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Biodiversidade

17/06/2022
Maior planta do mundo é uma alga marinha.

 

A maior planta do mundo está na Austrália e é uma alga marinha! Trata-se da Posidonia australis, espécie descoberta por pesquisadores na costa oeste do país e que tem cerca de 200 quilômetros quadrados de extensão; numa área calculada de aproximadamente 18,5 campos de futebol. Enorme, não?!

O gênero foi descoberto "por acaso", quando pesquisadores tentavam identificar a diversidade genética das algas marinhas locais. A ideia era criar um registro da impressão digital das algas dispostas em vários ambientes ao longo da baía. No estudo, seriam analisados os marcadores genéticos, sendo possível criar uma base de dados comparável.

Grande surpresa

A surpresa aconteceu quando os cientistas descobriram que, ao invés de vários registros de identidade, todas as amostras apontavam para os mesmos marcadores, ou seja, tratava-se de uma única planta, e não de várias.

De acordo com Jane Edgeloe, uma das responsáveis pela pesquisa, uma única planta se expandiu por mais 180km a partir de uma única muda colonizadora e acabou tornando-se a maior planta conhecida  da terra.

Como explicar uma planta tão grande?

Um dos fatos que podem explicar o motivo dela ser tão grande é a ploidia, que em termos científicos, explica o conjunto de cromossomos de uma célula. Ficou confuso?! Então vamos relembrar.

Para quem ainda não estudou o assunto ou não lembra, as células podem ser classificadas, enquanto ao conjunto de cromossomos, em haplóides (n), diplóides (2n) ou poliplóides (3n, 4n ou mais). As haplóides são células de apenas um conjunto, as diplóides são aquelas com dois e as poliplóides são aquelas que possuem mais de dois conjuntos.

Todos os seres vivos possuem números de cromossomos diferentes, sendo grupos de diferentes tamanhos. No caso humano, as células são totalmente diploides e carregam dois conjuntos de 23 cromossomos, num total de 46. Neste caso, os óvulos e espermatozoides - nossos gametas - são haploides e um conjunto acaba se somando ao outro na fecundação.

O número de cromossomos entre os seres vivos pode variar entre as diversas espécies, sendo grupos de diferentes tamanhos. No caso humano, quase a totalidade das células é diplóide, possuindo um número total de 23 pares de cromossomos, sendo então o total de 46. As células que são exceções no número de cromossomos são os gametas, óvulo e espermatozóide, haplóides , possuindo então 23 cromossomos que se somam no fenômeno de fecundação, formando um embrião com 46 cromossomos. Sendo assim, a redução do número de cromossomos nos gametas visa a manutenção numérica, podendo cada progenitor doar a metade do material genético.

No caso da Posidonia australis, as  células são poliploides - condição comum entre as plantas e que pode ser muito útil para elas, pois ajuda no ganho de tamanho e na manutenção dos genes benéficos.

Crescimento mesmo sem reprodução

Esses tipos de plantas (poliploides) geralmente são estéreis (não fazem reprodução de forma sexuada), mas podem crescer se não forem “perturbadas”. Elas se estabelecem em locais de condições ambientais extremas, caso da Área de Patrimônio Mundial de Shark Bay, onde foi localizada.

Segundo o estudo, mesmo tendo passado por situações de muito estresse, com condições extremas de luminosidade, gamas de temperatura e salinidade, a gigante australiana se mostrou resiliente mesmo sem alta produtividade  de sementes.

Algas... o que são?

Algas são organismos (unicelulares ou pluricelulares) que conseguem produzir seu próprio alimento através do  processo de fotossíntese - que utiliza a luz do sol para produzir energia. Estudos apontam que metade do oxigênio que respiramos vem das algas microscópicas conhecidas como fitoplâncton, que por sua vez, fazem parte da base da cadeia alimentar marinha.

Desta forma, podemos dizer que, sem elas, faltaria alimento para os seres marinhos e oxigênio na atmosfera. Além disso, elas possuem muita importância no cenário ecológico, porque não estão limitadas ao papel de fornecer alimento e oxigênio, as algas são biorremediadoras de águas poluídas e podem ser importantes indicadores de poluição ambiental.

E aí, gostou do tema? Que tal aprofundar-se mais? Algas marinhas são um dos  responsáveis pela vida de seres maiores e bem mais complexos. Vamos lá?

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