Alimentação e saúde
Posso comer uma fruta depois de cortar aquele pedacinho mofado que estava nela? A resposta é não! Por mais tentador que seja, aproveitar a parte boa de um alimento que está apodrecendo não é o melhor a se fazer.
Se você viu que existe a possibilidade de uma fruta, legume, pão ou queijo estarem mofados, despreze-os! A indicação vem de especialistas e tem um porquê; vamos ver?
Risco de fungos
De acordo com pesquisas, o mofo produz substâncias imperceptíveis, mas que podem gerar muitos problemas ao organismo. A presença de bolor nos alimentos indica a presença de fungos nele. Esses fungos podem produzir toxinas capazes de gerar complicações crônicas e até o risco de se desenvolver alguns tipos de câncer (como o hepático) quando a exposição a elas é de longo prazo.
Além disso, a ingestão desses fungos ajuda a potencializar alguns problemas digestivos, principalmente em crianças, idosos ou pessoas que possuem o sistema imunológico comprometido ou frágil.
Perigo, mesmo ao cortar a parte mofada
Segundo Roseana Batitucci, professora e integrante do departamento de Alimentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), muitas características do mofo acabam não sendo visíveis. Para ela, não tem como saber se todas as toxinas do mofo foram realmente eliminadas com o corte da parte ruim.
A professora chama a atenção, ainda, para o que fica no alimento (fungos) e que pode comprometer o organismo futuramente, porque os micro-organismos presentes tendem a se manifestar e provocar sintomas por períodos mais longos.
Vale ressaltar que estimativas apontam para a existência de cerca de 300 mil espécies de fungos - entre mofos e bolores - que se desenvolvem em alimentos orgânicos.
Mas o que é um mofo?
Também conhecido como bolor, os mofos são fungos filamentosos que crescem em matéria orgânica. Assim, podem se desenvolver em alimentos e podem decompor aquilo que conseguem “atacar”. Geralmente são encontrados em colorações esbranquiçadas, esverdeadas, azuladas ou avermelhadas.
É comum, segundo opiniões de biomédicos, que quando um alimento já está com marcas de mofo, todo o restante esteja contaminado, justamente por não ser composto apenas da parte que está visível. Quando o bolor aparece, há uma colônia que já está bem desenvolvida na parte de dentro.
O morango, por exemplo: quando já está amolecido, indica que as enzimas pectinolíticas produzidas pelos fungos já estão tornando a fruta desagradável. Neste caso, o morango (ou outro tipo de fruto), já deve ser descartado.
É possível evitar o desenvolvimento dos fungos?
Sim. Para isso, é necessário manter certos cuidados com os alimentos, como não deixá-los expostos à umidade, ao calor e até mesmo à escuridão, porque essas condições podem favorecer a proliferação dos fungos. Alguns cuidados devem ser mantidos, não só pela saúde, mas também para evitar o desperdício.
Algumas dicas podem ajudar, como respeitar o prazo de validade dos alimentos; manter pães de forma na geladeira e ficar atento às condições de conservação, como temperatura, umidade e o local do armazenamento. Os alimentos não perecíveis também devem ser guardados em locais limpos e sem umidade. Frutas, verduras e legumes devem ser mantidos na geladeira.
Agora você já sabe! Se notou que um alimento contém partes com mofo, nada de descartar somente a porção evidente e ingerir o restante.