Nutrição

Alimentos ultraprocessados viciam?

Por que as pessoas comem tanto esse tipo de alimento?

Nos últimos anos, os alimentos ultraprocessados têm se tornado cada vez mais presentes na dieta da população mundial, o que tem gerado grande preocupação a médicos, nutricionistas e aos organismos da área médica.

O que são alimentos ultraprocessados?
Os alimentos ultraprocessados são produtos industrializados que passam por diversas etapas de processamento e contêm ingredientes artificiais, como conservantes, corantes, aromatizantes e emulsificantes. Eles são fabricados com substâncias extraídas ou sintetizadas a partir de alimentos naturais, tornando-se produtos altamente modificados e com pouco ou nenhum valor nutricional.

Dentre os principais exemplos de alimentos ultraprocessados, encontramos os refrigerantes e bebidas adoçadas, biscoitos recheados e salgadinhos industrializados, macarrão instantâneo e sopas de pacote, carnes processadas, como salsicha, nuggets e presunto, cereais matinais açucarados, bolos e pães industrializados.

Os males que causam os alimentos ultraprocessados
O consumo frequente de alimentos ultraprocessados está associado a diversos problemas de saúde, tais como: 

Obesidade – Devido ao alto teor de açúcares, gorduras e calorias vazias, esses alimentos favorecem o ganho de peso.

Doenças cardiovasculares – O consumo excessivo de gorduras trans e sódio pode aumentar o risco de hipertensão e doenças do coração.

Diabetes tipo 2 – O alto índice glicêmico desses produtos favorece o desenvolvimento da resistência à insulina.

Câncer – Estudos indicam que a ingestão de conservantes e outros aditivos químicos pode aumentar o risco de alguns tipos de câncer.

Deficiências nutricionais – Como esses produtos possuem poucos nutrientes essenciais, podem levar a carências vitamínicas e minerais.

Por que esses alimentos foram criados?
A criação dos alimentos ultraprocessados ocorreu, principalmente, por razões econômicas e práticas. As indústrias alimentícias desenvolveram esses produtos para prolongar a durabilidade dos alimentos, facilitar o transporte e reduzir custos de produção. Além disso, eles são formulados para serem altamente atrativos ao paladar, incentivando o consumo excessivo, aumentando os lucros das empresas do setor.

E por que são consumidos?
Mas apesar da divulgação constante sobre os malefícios dos alimentos ultraprocessados, eles continuam a ser excessivamente consumidos. As razões vão desde o preço baixo e comodidade de preparo até o fato de serem altamente palatáveis, dado o alto grau de açúcar, gorduras e aditivos artificiais.

Mas agora a ciência aponta uma nova razão para o consumo excessivo: esses alimentos teriam o poder de viciar quem os consome. Pesquisas realizadas nos últimos dez anos revelaram que esses alimentos podem atuar como substâncias viciantes, semelhantes a algumas drogas. Testes realizados indicaram que esses alimentos podem provocar descargas de dopamina, um neurotransmissor cerebral, semelhante ao provocado por drogas. Isso explicaria a razão alegada por muitas pessoas de não conseguirem largar esses alimentos, mesmo sabendo dos males a eles atribuídos.

Assim, a ciência tem mais um desafio: consolidar essa pesquisa e indicar os caminhos para quem não consegue deixar de comer tais alimentos.


A conscientização sobre a importância de uma alimentação equilibrada, baseada em alimentos naturais e minimamente processados, é essencial para evitar os riscos associados aos ultraprocessados. Por isso é tão importante combater a introdução desses alimentos na dieta de crianças e adolescentes, evitando males futuros.

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