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Febre oropuche: sinal de alerta

09/08/2024
Arbovirose pouco conhecida traz preocupação


Ao final de julho, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro registro de morte por febre oropuche no Brasil. As vítimas foram duas mulheres jovens que viviam no interior da Bahia.

A doença, embora já registrada em nosso país há mais de setenta anos, ainda é pouco conhecida. Trata-se de uma arbovirose, nome pelo qual são conhecidas as doenças infecciosas transmitidas por picadas de mosquitos, aranhas ou carrapatos. No caso da febre oropuche, ela é transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. Geralmente encontrado em áreas úmidas de mata e nas proximidades de reservatórios de água.

O vírus causador da doença é o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), identificado pela primeira vez em Trinidad em 1955 e  posteriormente detectado no Brasil e em outros países da América Latina. 

Sintomas e diagnóstico 
Os sintomas da febre Oropuche aparecem de 4 a 8 dias após a picada do mosquito infectado, são muito semelhantes aos da dengue e febre chicungunya  e incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nos músculos e articulações, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Em alguns casos, os pacientes podem desenvolver sintomas neurológicos, como meningite e encefalite, tornando a doença potencialmente grave.

O diagnóstico da febre Oropuche é desafiador devido à semelhança dos sintomas com outras doenças virais. Testes laboratoriais específicos, como a reação em cadeia da polimerase (PCR) e a sorologia, são necessários para confirmar a presença do vírus.

Tratamento e prevenção
Não há um remédio específico para combater a febre e os médicos tratam os sintomas, de modo a amenizar a febre, dores, náuseas e vômitos.

Também não há vacina contra a febre e a prevenção se dá pelo uso de repelentes, a instalação de telas mosquiteiras em portas e janelas e a recomendação para se evitar áreas infestadas de mosquitos, além do cuidado geral com limpeza e recolhimento de lixo.

A situação atual
Recentemente, houve um aumento significativo no número de casos reportados de febre Oropuche na região amazônica. O Ministério da Saúde registrou, em 2024, 7.236 casos de febre oropouche, em vinte estados brasileiros. Autoridades de saúde estão em alerta, implementando medidas de controle e prevenção para evitar a disseminação da doença. Campanhas de conscientização estão sendo realizadas para educar a população sobre a importância de evitar picadas de mosquito, usando repelentes e redes de proteção.

O avanço do desmatamento e as mudanças climáticas aumentam o risco de que a doença se espalhe, assim como aconteceu com dengue, zika e chikungunya.

A principal dificuldade enfrentada pelas autoridades é a rápida disseminação do vírus em áreas com infraestrutura limitada e alta densidade populacional. A falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado pode levar a surtos mais graves e prolongados.

A febre Oropuche, embora menos conhecida do que outras arboviroses, representa uma ameaça real e crescente nas regiões amazônicas. A conscientização pública, juntamente com esforços coordenados das autoridades de saúde, é fundamental para controlar a disseminação da doença e proteger as populações vulneráveis. 

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