Dióxido de Carbono
De acordo com dados do Global Carbon Atlas (Atlas Global de Carbono, em tradução livre), que mede as emissões de dióxido de carbono (CO2) pelo mundo, o Brasil entrou na lista dos 15 maiores emissores do gás. A notícia preocupa, já que o dióxido de carbono permanece na atmosfera por cerca de 100 anos e traz consequências globais irreparáveis.
Em 2018, o país foi o 14º que mais emitiu CO2. Vale lembrar que o dióxido de carbono é o principal gás responsável pelo efeito estufa. O México era o único representante da América Latina no grupo antes da entrada do Brasil.
A ação das emissões de CO2 nas mudanças climáticas voltou à tona durante a COP 25 (Conferência da ONU para o Clima), realizada em Madri, na Espanha e que contou com a participação de cerca de 200 países. A conferência terminou em dezembro, após dias de longas e tensas negociações. Entre os resultados, o mais importante é o pacto pelo qual os países se comprometeram a estabelecer metas mais rígidas para a redução das emissões de CO2.
Relembrando... Dióxido de carbono
O dióxido de carbono ou gás carbônico é uma substância química de dois átomos de oxigênio e um de carbono, representado pela fórmula CO2. É inorgânico e em temperatura ambiente se apresenta nos seguintes estados: apolar, gasoso, linear, incolor, inodoro e solúvel em água.
Ele é liberado durante a respiração humana e na queima de combustíveis fósseis, entre os quais estão a gasolina e o diesel. A sua inalação, em intensa quantidade, provoca irritações nas vias aéreas, vômitos, náuseas e em alguns casos a morte por asfixia. No reino vegetal, é indispensável para a fotossíntese.
Algumas reações químicas utilizam o dióxido de carbono como subproduto. Entre os exemplos, tem-se a fermentação das bebidas alcoólicas. Nos refrigerantes e na água gaseificada o gás carbônico é utilizado de modo dissolvido, contribuindo com a efervescência dessas bebidas. Outra forma de uso do CO2 é em extintores de incêndio e como anestésico em animais que serão abatidos.
Maiores emissores
China, Estados Unidos e Índia figuram entre os três maiores emissores de CO2.
A China se tornou alvo de diversas entidades científicas por ser a maior emissora do gás no mundo. Na conferência do clima em Copenhague, em 2009, os chineses prometeram que reduziriam suas emissões em até 45% até este ano. Porém, dados coletados pelo Global Carbon Project, que produz o Atlas, revelaram que o país ainda está longe de alcançar a meta.
A situação é tão grave, que, em comparação, os países da América Latina, juntos, emitiram cerca de 17% de CO2 do total da China em 2018. No caso do México e do Brasil, duas maiores economias da região, também houve aumento no número de emissões. Cada um dos países, individualmente, emitiu cerca de 5% do que a China lançou na atmosfera durante o ano de 2018.
Outro grande emissor, o segundo do mundo, os Estados Unidos também não conseguiram reduzir suas emissões. Em novembro do ano passado, o país deixou o Acordo de Paris (acordo que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020).
No mesmo acordo, o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030. Já o México estipulou que até 2030 irá diminuir suas emissões de gases do efeito estufa. As medidas do Acordo de Paris visam a manter o aquecimento global abaixo de 2°C e buscar esforços para limitar o aumento médio da temperatura a 1,5°C até 2100.
Maior concentração de CO2 em toda a história
A coleta de dados pelo Projeto Global Carbon é uma parceria entre a rede internacional de cientistas Future Earth e o Programa Mundial de Pesquisa sobre o Clima, ligado à ONU, e revela o avanço da liberação de gases do efeito estufa na atmosfera nas últimas décadas.
Em maio de 2018, o estudo mostrou que os níveis atmosféricos de CO2 ultrapassaram as 415 partes por milhão (ppm) pela primeira vez em toda a história da humanidade. Segundo cientistas, a concentração de CO2 não deveria passar de 350 ppm.
O consumo excessivo de energia por todos os países e o excesso de emissões de CO2 tendem a levar ao esgotamento dos recursos naturais que a humanidade necessita. Por essa razão, são necessários meios e ações com a finalidade de harmonizar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.